Demografia

Os resultados dos últimos Censos (2011) confirmam a trajetória demográfica regressiva que tem marcado a Região nas últimas décadas, tendo perdido no período intercensitário 4,1% da população. A nível concelhio registam-se duas dinâmicas distintas, por um lado o concelho albicastrense a registar um ligeiro aumento (0,7%), no entanto, mais baixo que os 2,5% observados no período 1991-2001, e os outros três concelhos com perdas sistemáticas e consideráveis da população. A este nível destaca-se Idanha-a-Nova, pois não só apresenta a taxa de decréscimo mais elevada (-18,0%), como viu aumentar esta variação percentual negativa em relação à década 91-01. No contexto micro-territorial (por freguesias), as disparidades ganham uma amplitude ainda maior. Das 45 freguesias, apenas Castelo Branco (12,8%)  e Alcains (1,9%) aumentaram a população, todas as outras, incluindo as sedes de concelho perderam residentes (50% das freguesias perderam + de 20%).

Como é próprio destes fenómenos de fragilização demográfica regista-se uma seletividade nos grupos mais atingidos, sendo que o grupo dos jovens é o que revela maiores quebras, particularmente na faixa etária dos 15 aos 24 anos, atingindo nos concelhos de Idanha-a-Nova e Vila Velha de Ródão uma diminuição de 40%, em relação a 2001. Outro aspeto a apontar é o facto de nos três concelhos rurais todas as faixas etárias perderem população, ao contrário da década anterior (1991-2001), onde aumentou o número de pessoas com mais de 65 anos.

A diminuição da população jovem, consequência da diminuição das taxas de fecundidade e da saída de população ativa, aliada ao aumento da esperança de vida determina uma estrutura etária com grande percentagem de população com mais de 65 anos de idade - pirâmides etárias invertidas. Idanha-a-Nova, Penamacor e Vila Velha de Ródão são exemplos paradigmáticos deste fenómeno com mais de 40% do total da sua população com idade superior a 65 anos, valor bem distante da média nacional, que ronda os 19% e do Centro, 22%. O concelho albicastrense embora apresente uma percentagem de idosos superior à média nacional é, ainda assim, relativamente “mais jovem” com cerca de metade dos idosos dos restantes concelhos da BIS.

Estas dinâmicas demográficas resultam num crescente e exponencial envelhecimento da população e, por conseguinte, de dependência, colocando os três concelhos rurais da BIS nos primeiros lugares do ranking nacional como os mais envelhecidos (1ª, 3ª e 8ª posição) e dependentes (2ª, 3ª e 4ª posição) do País.  Enquanto no País o índice de envelhecimento é de 129, na BIS este indicador é de 229, ou seja, por cada 100 jovens existem 229 idosos, sendo que em mais de 2/3 das 45 freguesias é superior a 500. Em relação ao índice de dependência, nos três concelhos é superior a 100, o que significa que a população ativa está em menor número do que população potencialmente dependente. No País, apenas em cinco concelhos, este índice ultrapassa os 100 pontos, três deles pertencem à BIS.


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